"LUX MUNDI Sua Luz Pode Vencer as Trevas do Mundo"

Palpites e Perguntas do MC, 2

O MC metido a Economista

Para surpresa geral da Nação, o Copom do BC do Governo reduziu a taxa básica de juros de 12,5 para 12 %, mesmo sem ter previsão segura de redução da inflação.

Economistas a serviço do capital financeiro logo questionaram a interferência do Governo na condução da política econômica do país. Dizem que a continuação da política de aperto monetário seria necessária para proteger o povo contra a volta do bicho papão da inflação.

O MC desconfia que tais argumentos devam esconder outras razões. Interesses poderosos inventam pretextos para entregar às instituições financeiras o comando da política econômica. Conseguiram manter no governo do PT com Meirelles a política de muitos juros e pouco dinheiro no mercado. Dinheiro raro é dinheiro caro. Nossos juros oferecem ao capital financeiro os lucros mais altos do mundo.

O MC não anda bitolado nos trilhos de correntes de pensamentos copiados. Não se deixa enquadrar por escolas de economistas que vivem repetindo lições do passado. Na crise econômica atual parecem mais perdidos que cegos em tiroteio. De tanto ouvir opiniões divergentes sobre as crises do século, o MC já tem vontade de formar também as suas teorias. Vão aqui alguns palpites:

Nas duas décadas passadas, o Brasil perdeu duas ocasiões para tornar-se em vinte anos a grande potência econômica mundial. Em vez de investir seus recursos num desenvolvimento para todos, ficou transferindo trilhões aos donos do dinheiro, com juros absurdos sobre a dívida pública interna, e com juros ainda maiores sobre o financiamento da produção e do comércio.

Temos agora a terceira chance, contanto que a redução atual dos juros básicos não seja apenas um pulo de sapo, mas o início de uma mudança radical na política econômica do Governo. Na economia, o Governo do PT ainda não mostrou a que veio. Um governo que pretende construir um país para o povo não pode deixar o capital financeiro no comando da sua política econômica.

O Brasil continua com a faca e o queijo. Temos o material, os maiores recursos naturais ainda disponíveis, em terras, água, minérios, petróleo e luz. Temos a faca para cortar os juros que poderiam ser investidos no desenvolvimento do país.

Um exemplo típico dos prejuízos da política econômica vigente no Brasil está no nosso atraso no aproveitamento direto da energia solar, apesar de todos os favores que temos da natureza. Não precisa ser doutor em economia para saber que a culpa está no custo do dinheiro. Com juros acima de 10 %, a dívida de uma empresa que não produz por ano nem 10% do seu investimento inicial vai crescer sem parar.

Com juros menores, o Brasil pode investir muito mais em estradas, ferrovias, hidroelétricas, saúde, educação. Sem aumentar os impostos para o cidadão. Pode substituir os impostos pesados e complicados do ICMS por taxas sobre o pré-sal e os minérios, e até sobre produtos agrícolas, enquanto os preços continuarem altos, e quando forem favorecidos pela redução do valor irreal do Real.

Não seria melhor aproveitar o dinheiro do pré-sal para livrar o país do peso da dívida pública, em vez de desviar o lucro para investimentos num “fundo soberano” de juros pequenos? Aliás, não é bom contar com os pintinhos dessa galinha de ovos de ouro antes de saírem do ninho. Basta uma recessão mundial mais forte para derrubar os preços e devorar os lucros do pré-sal. Para o futuro, o próprio petróleo guardado no cofre seguro das profundezas pode ser o investimento melhor.

Quem tem a paciência de acompanhar as considerações deste MC pensador, deve ter a pergunta que tenho também: Se os juros altos prejudicam tanto o nosso país, por que são tão defendidos com tantos argumentos por tantos economistas no Governo e na imprensa? Resposta simples e evidente: Para proteger os interesses do capital. Argumentos se inventam de acordo com a sua utilidade para alguém. Por isso, as primeiras perguntas são outras: Quem é que tira vantagem da política de tantos juros sustentados pelo aperto monetário? Quem é que recebe o dinheiro dos juros?

Os governantes brasileiros deste século transferiram, pelo programa bolsa-família, uma dezena de bilhões por ano aos pobres. Só pelos juros sobre a dívida pública interna estão transferindo uma dezena de bilhões por mês aos ricos.

A farta distribuição de esmolas pelo Governo deixou os mais pobres um pouco menos pobres. A política econômica do tempo do Real favoreceu o capital financeiro e deixou os mais ricos muito mais ricos. Fez crescer o número de milionários no Brasil e encheu o bolso de investidores de fora na nossa bolsa com a valorização do Real. Seria bom fazer um levantamento de tudo que foi desnacionalizado neste século em terras, ações, fábricas, hotéis e comunicações e outros serviços.

Economistas a serviço do capital financeiro alegam a necessidade desses juros para controlar a inflação. Por isso falam em enxugar o mercado para limitar o dinheiro em circulação. Por outro lado, cuidaram tanto de atrair dinheiro de fora com juros atraentes que agora reconhecem finalmente que tal política fez o Real ficar forte demais e prejudicou a nossa indústria.

No entanto, se o nosso dinheiro subir para um patamar razoável entre dois e três Reais por Dólar, logo virão protestar em nome do combate à inflação. Vão alegar que viagens ao exterior ficarão mais caras, e produtos importados também.

Não percebem que preços maiores nesses setores favorecem o Brasil e o povo brasileiro? Querem continuar com a concorrência desigual de produtos fabricados em países de salários menores? Querem manter o saldo negativo da conta turismo e apoiar os gastos de brasileiros nos templos do dinheiro em lugares como Las Vegas?

Numa comparação entra as dívidas publicas dos Estados Unidos e do Brasil, a revista VEJA deixou o leitor menos atento com a impressão que a dívida deles seria pior que a nossa. Os redatores quiseram esquecer que o peso maior da dívida não está no seu valor absoluto, mas nos juros que pesam sobre ela.

Deveriam ter lembrado também que a dívida deles foi feita para investimentos maciços na infraestrutura de rodovias, estradas de ferro, portos, aeroportos, pesquisas e serviços públicos de primeira em educação e saúde, enquanto a dívida nossa cresceu apenas com os juros e ainda devorou as dezenas de bilhões do “superávit primário”.

Para terminar, mais alguns palpites com questionamentos aos economistas: Com noções apenas rudimentares de ciência econômica, o MC entende que a inflação resulta de um desequilíbrio entre muita procura e pouca oferta. Por que é que nossos economistas não querem pisar no acelerador dinâmico do aumento da produção, em vez de puxar o freio da contenção do consumo pela política de aperto monetário?

Para o MC, o dinheiro obedece às leis do mercado como outras mercadorias. Esse mercado não pode ser entregue às suas próprias leis. Com outras palavras, à lei do mais forte. Em questões de economia, os mais fortes são os donos do dinheiro. Pelas leis do mercado, o preço de cada mercadoria aumenta com a sua escassez e diminui com a sua abundância. A inflação pode ser considerada de duas maneiras: diminuição do preço do dinheiro, ou aumento do conjunto das mercadorias.

Os que assustam o povo com o espantalho da inflação escondem o lado bom de preços maiores em certos setores. Ninguém vai investir na produção de coisas que não possam compensar os custos com investimentos e salários. Querer segurar inflação com importações de produtos tão baratos que não compensem os custos da produção nacional é coisa de políticos com horizontes tão estreitos que não vão além das próximas eleições.

Cada tempo tem sua teoria econômica dominante. Agora é a vez das metas de inflação, remédio genérico de quem vê na inflação o pior dos inimigos. Essa teoria diz que são os pobres que mais sofrem com a inflação. Na realidade, os mais prejudicados com a desvalorização do seu dinheiro são os donos dele. Quanto mais dinheiro alguém tiver, mais ele perde com a desvalorização do seu dinheiro e das suas ações. Por isso aprenderam a compensar a inflação com juros e correção monetária. Juros sempre maiores que a inflação servem para aumentar os lucros do capital financeiro.

Mesmo prevendo críticas dos donos da ciência econômica, o MC faz palpites sobre aspectos positivos do aumento de preços em algumas áreas da economia. Preços maiores de carros e artigos de luxo importados e de produtos exportados são bons para o país. Preços elevados do petróleo valorizam o pré-sal, o etanol e outros biocombustíveis, e ajudam o mundo na luta para diminuir a queima poluente de derivados do petróleo. A subida dos preços de cigarros e bebidas será boa para ajudar no combate aos vícios.

Comparando a evolução dos juros nominais com a inflação nos tempos do Real, o MC viu que nossa política econômica vem procurando sempre manter uma grande distância entre os dois, conseguindo com isso os juros reais maiores do mundo.

Somente agora baixaram para menos de 6%. Se o governo conseguir manter a redução dos juros reais, o MC prevê uma mobilização muito grande dos donos do dinheiro contra a diminuição dos seus lucros e do seu capital. Será difícil para o BC resistir às pressões do poder do dinheiro em favor dos juros, pois o dinheiro dá poder e o poder dá dinheiro.

Jequié, 12 de setembro de 2011 Cristiano Krapf

CNBB lança CD especial para peregrinação da cruz da JMJ



Para acompanhar a peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora pelas dioceses brasileiras em preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, no Rio de Janeiro, a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com gravadoras católicas, está lançando o primeiro dos três CDs especiais da JMJ 2013.

Intitulado “No peito eu levo uma cruz”, este primeiro álbum é uma coletânea de13 canções já consagradas entre os católicos sobre o tema da cruz e de Nossa Senhora, interpretadas por vozes como Ziza Fernandes, Zé Vicente, padre Fábio de Melo, entre outros. Mas o destaque do disco é a regravação da canção “Nova geração”, do padre Zezinho, cujo refrão dá nome ao CD. Há também uma faixa interativa com fotos, partituras, e o videoclipe da música tema.

Esta canção começa com a voz do compositor, em sua primeira gravação, na década de 70. Em seguida, a música continua nas vozes de cantores dos mais diferentes estilos musicais de várias partes do país, concluindo novamente com a voz do autor, quase 40 anos depois, cantando a frase: “Eu creio na força do jovem que segue o caminho o caminho do Cristo Jesus”. Em seguida, refrão é cantado por todos os músicos no ritmo do samba característico da sede da próxima JMJ.

A gravação dessa canção aconteceu no histórico encontro entre músicos católicos na sede da gravadora Paulinas-Comep, em São Paulo, em 21 de junho. Nesta ocasião, mais de 80 músicos de expressão nacional partilharam experiências na missão de evangelizar pela música e também participaram de um momento de formação.

Neste encontro, o presidente da CEPJ, dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo auxiliar de Campo Grande (MS), refletiu com os músicos sobre a preocupação da CNBB para que os cantores e compositores trabalharem em suas músicas temas que favoreçam o encontro entre os jovens, bem como a necessidade de expressar em suas canções as diferentes obras sociais que os próprios jovens realizam na Igreja. “A Igreja Católica faz muitas coisas bonitas para a sociedade e para cultura e às vezes não comunicamos isto”, afirmou.

Para produzir os CDs, padre Joãozinho, cantor e compositor, foi convidado pela Comissão para Juventude para a missão de promover a unidade entre as diferentes expressões da música católica neste projeto de evangelização da juventude. O sacerdote dehoniano explicou que além do primeiro CD, gravado pela Comep, já está sendo produzido um segundo álbum, pela Canção Nova, que apresentará 12 hinos que marcaram as Jornadas Mundiais da Juventude. O terceiro CD, que será gravado pela Codimuc, apresentará canções inéditas para JMJ 2013.


Padre Joãozinho ficou muito feliz por participar desse projeto. Ele contou que escolha da música tema do CD correspondeu à proposta da CNBB: “mostrar a unidade da juventude no Brasil”.

O padre relatou, ainda, que a maneira como os músicos foram convidados foi a mais surpreendente. Quando ele lançou a idéia do CD nas redes sociais, principalmente no twitter, os músicos começaram a se manifestar e a aderir ao projeto. Só não participaram aqueles que realmente não puderam desmarcar compromissos em suas agendas. “Tudo foi via internet”, disse.

Para o padre Joãozinho, a Igreja vive um momento muito forte com a preparação da próxima JMJ. Mas chamou a atenção para o fato de a Igreja não viver apenas de momentos celebrativos. “Acredito que a pré-jornada com cruz indica uma pós-jornada”, afirmou, destacando a jornada deve ter continuidade.

De acordo com o assessor nacional da juventude, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, a Igreja no Brasil vive um momento privilegiado em relação à evangelização da juventude confirmado pelo recorde de participação brasileira na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Madri, quase 15 mil inscritos, mas principalmente pela escolha do Brasil para acolher a próxima jornada.

A peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora começa no dia 18 de setembro, no grande evento de evangelização "Bote Fé", realizado próximo ao Campo de Marte, em São Paulo.

Músicos se emocionam com projeto

Padre Zezinho, compositor da música tema do CD, afirmou que a gravação e o encontro dos artistas foram a realização de um sonho. “Seria lindo se tivéssemos todos os anos um encontro como este entre os cantores da fé”. Ele ressaltou a importância dos músicos católicos na missão da Igreja, uma vez que eles podem chegar, por meio de suas canções, aonde os pregadores e catequistas muitas vezes não chegam.

Para o cantor e compositor Walmir Alencar, do Ministério Adoração e Vida, o encontro dos músicos foi um momento de muita emoção. “Quando eu ouvi o timbre de todos os cantores cantando juntos eu fiquei arrepiado. Eu cheguei a relatar ao padre Joãozinho que talvez esta seja a única vez que conseguimos tirar um timbre assim. A graça que Deus derramou sobre nós nesse dia foi única”.

“Foi um presente de Deus para mim. Fiquei muito feliz de ver a música católica dando estes frutos maravilhosos. Acho que não foi um sonho só do padre Zezinho, mas de muitos de nós”, relatou a cantora Olívia Ferreira, do projeto Louvor Acústico.

O cantor mineiro Eros Biondini também se emocionou com o encontro. “Acredito que dentro da proposta de nova evangelização já apresentada pelo Papa João Paulo II, a música se encaixa como uma luva. A música católica que nós cantamos é a trilha sonora da nova geração, dessa história de salvação, de manifestação da fé de um povo que realmente abriu seu coração para Cristo”, disse.

Fonte: http://www.jovensconectados.org.br/noticias/noticiasdestaques/731-cnbb-lanca-cd-especial-para-peregrinacao-da-cruz-da-jmj

São Roque na peste das drogas


São Roque é um dos muitos Santos dos quais sabemos pouco. Nasceu na França duzentos anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Morreu com apenas 32 ou 33 anos. Não foi pregador famoso como Francisco e Domingos um século antes dele.

São Roque tem muitos admiradores e poucos imitadores. Muitos pedidores e poucos seguidores. Seria bom que seus devotos soubessem alguma coisa da vida dele. Era de família rica, herdeiro de muitos bens. Posso imaginar o jovem Roque a escolher o seu caminho diante do texto sobre o jovem rico que não teve a coragem de aceitar o convite de Jesus para deixar seus bens e seguir o Senhor.

Filho de ricos, o jovem Roque deu aos pobres a sua herança, e se fez peregrino a procura de Roma. No caminho passou a cuidar dos doentes da peste, quando ainda não existia nem vacina nem remédio que pudesse evitar ou curar a doença.

Depois de cuidar dos outros por muitos anos, ele mesmo ficou doente. Imagens o apresentam com feridas da peste, e com um cachorro com pão na boca. Essas figuras nos dizem que o Roque que tanto cuidava dos doentes, na sua própria doença só tinha um cachorro amigo a trazer-lhe comida.

A devoção popular aos santos faz parte da vida da Igreja. É boa na medida em que nos encaminha para Deus. Não sei se os santos querem ser elogiados e cantados. Mais que admirados, querem ser imitados. Mais que ajudar-nos a resolver os nossos próprios problemas, os santos querem ajudar-nos com seu exemplo de uma vida dedicada aos outros. Mais que devotos aos santos, o mundo quer cristãos como eles.

As doenças que hoje fazem os maiores estragos já não são a cólera e a peste. Se você quiser imitar o São Roque hoje, procure enfrentar o flagelo maior das drogas. Não vai ficar contaminado, mas corre o risco de ser perseguido, se tiver a coragem de enfrentar os mosquitos transmissores dessa praga, os traficantes.

Ainda bem que muitos se dedicam ao cuidado dos drogados. Mas prevenir é melhor que remediar. É urgente mobilizar muita gente nas campanhas contra drogas, contra a peste pior que as doenças da idade média. Traficantes procuram contaminar suas vítimas cada vez mais cedo. Para seduzir, oferecem a primeira dose de graça, para depois faturar com a miséria dos viciados. Precisamos vacinar os jovens ainda sadios contra a contaminação das drogas, imunizá-los contra falsas promessas dos inimigos disfarçados em amigos. É urgente organizar campanhas persistentes de advertências contra o poder das drogas. Em escolas, igrejas, movimentos de jovens, associações. Também na rua, nos jornais, na televisão. Estamos em tempos de guerra. Esta guerra é de todos. Você não pode ficar de fora pensando apenas em ter vida boa. O mundo precisa de gente corajosa como foi São Roque.

+ Cristiano, Bispo de Jequié

Jequié, 16 de agosto de 2011

Dia dos Pais 2011

Foto: Google.com

Tornar-se pai é fácil. O difícil é ser pai, viver como pai, cumprir sua missão de pai de família. Mais difícil é ser pai de adolescentes e de jovens nestes tempos de tantas contradições de um ambiente que não favorece o amor.

Mais difícil é ser pai de jovens rebeldes nesta confusão de valores a perturbar a paz das famílias. Não sei se é mais fácil ser pai de um filho só ou de vários filhos.

Também não sei se é mais fácil ser um bom pai ou ser um bom padre, pai de uma família muito maior. Na língua inglesa o padre é chamado de pai. Father é o nome para pai e para padre. No espanhol também, a palavra padre é a mesma para os dois.

Quanto mais o mundo vem questionando os valores da família cristã, mais precisamos cuidar de manter o ideal da família estável fundada sobre o casamento de um homem com uma mulher para viver numa convivência construída sobre a firmeza de um amor fiel que consiga superar qualquer tempestade causada de fora ou surgindo de dentro.

Sem jogar pedras de condenação e desprezo sobre pessoas que não conseguiram ser fiéis às suas promessas. O julgamento cabe somente a Deus. E quem estiver em pé, tome cuidado para não cair.

A carta de Paulo aos Romanos tem afirmações difíceis de entender. Mas podem ajudar a ver melhor a maneira de agir de Deus com a humanidade.

Primeiro surgem algumas perguntas:

  1. Por que é que a rejeição do Messias por parte dos judeus serviu para a reconciliação do mundo com Deus? Perguntando pelo outro lado: Como teria sido o caminho da história até hoje, se os judeus tivessem acolhido Jesus como Messias anunciado pelos profetas?
  2. Por que é que nós, também desobedientes a Deus, alcançamos misericórdia em consequência da desobediência deles?
  3. O que significa que Deus encerrou todos os homens na desobediência para exercer misericórdia com todos?

No AT temos expressões como esta: Deus endureceu o coração do Faraó. Mais estranha é a pergunta de Isaias: Por que, Senhor, nos fazes desviar do teu caminho?

Tais palavras deixam a idéia que Deus é a causa de tudo, dos males também. Cabem duas observações: Indiretamente sim, porque tudo que existe é sua criação. Criou o mundo do jeito que é, com as limitações inerentes a toda criatura. Criou o ser humano livre para fazer o bem. A liberdade humana inclui a possibilidade de deixar de fazer o bem, e de fazer o mal.

Por outro lado, Deus sabe fazer surgir coisas boas do mal. Uma afirmação de um texto da liturgia da Páscoa pode oferecer uma pista de explicação: Feliz a culpa (o pecado original e os pecados de todos os tempos,) que nos deu tão grande Salvador!

Na realidade, a salvação nos é oferecida pelo amor de Deus que é tão grande que nem os pecados conseguem destruir. O amor de Deus chegou ao ponto de nos entregar seu Filho para nossa salvação. Ainda não vi explicação melhor que esta que o profeta Isaias escreveu faz 2700 anos: Tomou sobre si o peso dos nossos pecados.

Também o agir de Jesus com a mulher estrangeira que pede a cura para sua filha parece estranho. A primeira resposta de Jesus parece restringir a sua missão às ovelhas perdidas de Israel.

A resposta de Jesus diante da insistência da mulher é ainda mais dura: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos. Mesmo assim, a mulher não se revoltou contra tal maneira de tratar o seu povo. Chegou a adotar a mesma linguagem: Cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa dos donos. Somente então Jesus atendeu seu pedido, dizendo: Mulher, grande é tua fé. Seja feito como queres.

Fica a pergunta: Por que foi que Jesus não saiu das fronteiras do povo judeu com suas ações e palavras? Tais perguntas trazem outras: Por que Jesus não usou seu poder para calar a boca dos insensatos? Pergunta parecida foi feita por curiosos ao Cristo pregado na cruz. Por que é que Deus não faz milagres mais espetaculares no nosso tempo confuso para impor a verdade a todos?

Essa pergunta tem resposta em outra pergunta: Onde ficaria a liberdade das pessoas? A verdade não convence por imposição, apenas se propõe com argumentos. Mesmo assim, um perguntador persistente continua perguntando: Por que é que Deus não intervém no nosso mundo confuso para fazer brilhar a luz da verdade para todas as pessoas de boa vontade, e para impedir os estragos causados pelos maus?

Apresento uma tentativa de resposta: Foi a nós que Deus confiou essa missão. Deus respeita a liberdade que nos deu. Nos fez diferentes de máquinas e bichos. Criou pessoas humanas livres. Criou o mundo para nós, um mundo a depender agora de nós. Ainda precisamos aprender a colaborar melhor com Deus na sua obra que entregou aos nossos cuidados.

De certa maneira, Deus está com um problema parecido com o problema dos pais e da Igreja: Como combinar o seu plano de amor com o respeito à liberdade?

Não será por isso que a Bíblia diz que Deus nos criou para ser parecidos com Ele?


MC,1

Foto: SIC Notícias

Palpites e Perguntas do MC,1

A curiosidade é madrinha do progresso da humanidade. O MC tem muitas perguntas e não se contenta com qualquer resposta.

O MC tem a coragem de fazer perguntas e dar palpites, sem medo de ser criticado pelos donos da ciência e da tecnologia do passado. Chutando muito, talvez um dia possa fazer um gol. Talvez ainda possa descobrir um caminho para o futuro, inventar novidades, depois de inventar coisas que outros já tinham inventado.

Um avião caiu, no meio do caminho entre o Brasil e a França. Todos esperam que os entendidos indiquem os culpados. O MC também queria saber, mas não se contenta com as primeiras respostas que dizem que a culpa seria dos pitots, dos aparelhos que devem medir a velocidade do avião. Esses sensores teriam deixado de dar informações adequadas nas condições extremas de turbulências com frio e gelo.

Tais explicações simplórias apenas fizeram crescer a curiosidade do MC. Seus conhecimentos elementares de física e tecnologia encheram sua cabeça de perguntas e palpites.

Com informações das caixas pretas, os entendidos dizem agora que a culpa seria dos pilotos que não teriam reagido de maneira adequada diante da parada do piloto automático causada por informações erradas dos pitots. Dizem que os pilotos, vendo ou pensando ver que o avião estava de repente perdendo velocidade, teriam tentado fazer o avião subir, em vez de incliná-lo para readquirir sua velocidade de sustentação.

Pergunta 1: As informações das caixas pretas dizem que o avião tenha ficado em posição de subida? Ou dizem que as caixas tenham registrado um movimento do piloto para tentar mudar a posição do avião para corrigir a força de uma rajada de vento que o fizera inclinar para baixo?

Supondo que os sensores de velocidade tenham indicado de repente uma velocidade muito menor do avião, o MC tem a pergunta 2: Avião tem freio que possa diminuir de repente sua velocidade no ar?

Pergunta 3: Vendo, (acreditando na informação dos pitots) que o avião estava perdendo velocidade, algum piloto seria tão tolo que reduzisse a força do motor para diminuir ainda mais a velocidade, ou que chegasse a puxar o freio dos reversores? Qualquer avião deve ter um dispositivo que torne isso impossível.

Pergunta 4: Achando que o avião tinha perdido a velocidade necessária para a sustentação do vôo, algum piloto seria tão tolo que colocasse o avião num ângulo exagerado de subida?

Palpite 1: Em trovoadas em grandes alturas podem surgir rajadas de ventos em qualquer direção. As rajadas mais perigosas são ventos com direção vertical para baixo. Em casos extremos, tais ventos podem fazer pressão sobre as asas e empurrar o avião para baixo.

Talvez o leitor se lembre de relatos sobre turbulências que fizeram passageiros sem cinto bater contra o teto do avião. Palpite 2: Tal fenômeno acontece quando uma rajada de vento de cima para baixo não apenas faz as asas do avião perder o sustento no ar, mas as empurra para baixo e faz inclinar o avião.

Assim se explica que passageiros sem cinto não apenas ficaram flutuando sem peso em relação ao avião, mas foram jogados para cima. Se o avião tivesse apenas perdido a sustentação, mesmo totalmente, os passageiros sem cinto ficariam apenas flutuando como astronautas.

Palpite 3: Isso explica a tentativa desesperada dos pilotos de tentar fazer subir o nariz do avião para fazê-lo voltar pelo menos à posição horizontal.

Palpite 4: Acontece que naquele momento o avião já estava fora de controle. Se o avião não tivesse perdido a posição horizontal, não teria perdido a velocidade tão de repente que não desse para recuperar.

Palpite 5: Se o avião realmente ficou num ângulo de 13 graus para cima, como diz a revista VEJA, isso não foi causado por uma manobra errada do piloto, mas pela força de uma rajada de vento descendente sobre a cauda do avião. O MC já viu um redemoinho limitado a uma faixa estreita arrancar um telhado de Eternit, sem mexer com nada que ficava fora de uma faixa de uns quinze metros.

Palpite 6: Existe algo de estranho na falta de ação e de palavras do piloto principal. Pode ser que tenha sido jogado para cima e batido a cabeça, quando queria voltar para a cabine.

Quanto ao desastre pavoroso no aeroporto de Congonhas, alguns atribuem a culpa aos pilotos que teriam por engano acelerado também a turbina que estava com o reversor sem funcionar. Palpite 6: O MC imagina que o piloto, assustado com a dificuldade para parar na pista precária e molhada, tenha colocado em aceleração também o manete do motor que estava com defeito no reversor. Solução proposta pelo MC: Cada motor deve ter um dispositivo para impedir sua aceleração para freio quando o reversor estivesse sem funcionar.

Voltando ao desastre do avião da Air France: As caixas pretas ainda podem revelar mais detalhes. Alguns acham que alguém estaria escondendo informações.

Conclusão 1: Mesmo com medidores melhores e pilotos mais treinados ainda podem acontecer acidentes causados por condições extremas de turbulências.

Conclusão 2: O caminho mais seguro para evitar conseqüências desastrosas de tempestades é fugir das turbulências. Assim como fugir das tentações é a maneira mais segura para vencer.

Parabéns aos pais que não apenas se tornaram pais, mas permanecem.

Na próxima semana, palpites sobre crises econômicas dos economistas.

Sacerdote Presente de Deus para o Mundo

1° Floresta plantada no sertão com novo método de irrigação.



Quatro mil mudas de árvore nim plantadas na segunda metade de 2007 estão bonitas, depois de sete meses sem chuva em 2008, como mostra este filme.

Fizemos apenas duas irrigações, com ajuda de uma nova ferramenta, o bico tatu, que fura buracos com facilidade para colocar a água na profundidade adequada.

Sabedoria de Salomão

Sabedoria de Salomão

Quase 3000 anos depois de tornar-se rei do povo judeu, Salomão ainda é famoso por sua sabedoria. A Bíblia nos conta que o jovem filho de Davi ficou preocupado diante da responsabilidade de tornar-se o rei do povo judeu, e teve uma experiência de revelação divina num sonho, num diálogo com Deus que prometeu conceder-lhe tudo que pedisse: Pede o que desejas, que eu te darei.

Salomão falou que era jovem demais para saber governar, e pediu um coração compassivo, capaz de governar o povo e discernir entre o bem e o mal.

Ao pedido de Salomão por Sabedoria para praticar a justiça, Deus respondeu com a promessa de dar-lhe um coração sábio e inteligente, com parabéns por ter pedido isso, e não vida longa com riquezas e vitórias sobre seus inimigos.

Será que toda sabedoria de Salomão foi resultado de uma intervenção direta de Deus? É claro que sua sabedoria foi um dom de Deus, pelo menos assim como tudo que temos é dom de Deus. O fato de ter pedido sabedoria para fazer um bom governo é sinal que já sabia pedir a coisa mais importante para sua missão de governo, a capacidade de distinguir entre o bem e o mal.

Seria tolice considerar a desigualdade das capacidades físicas e intelectuais como injustiça. Nossa vida é o que nós mesmos fazemos com ela, com os talentos que recebemos. Uns realizam muito com pouco. Outros fazem pouco com muito. Na realidade, todos ficamos aquém das nossas capacidades. Muitos chegam a usar seus talentos para o mal, em vez de colaborar na construção de um mundo melhor.

Se você achar que Deus deveria impedir que alguém fizesse estragos na sua obra, procure entender que somos solidários na convivência e na construção do futuro da nossa morada comum. Estamos todos no mesmo barco, que é bem construído. O sucesso da viagem depende de todos.

Saber discernir entre a verdade e o erro, entre o bem e o mal é o fundamento de uma vida humana madura. Saber o que é para fazer e o que é para evitar é a primeira condição para fazer o bem e evitar o mal. Tal conhecimento nos é oferecido pela revelação divina registrada na Bíblia.

Acontece que a mentalidade deste século não quer saber de uma religião do certo e do errado, do bem e do mal, da virtude e do vício. Em vez de fugir do pecado, muitos chegam a dizer que não existe pecado. Não sei se antigamente se pecava menos que hoje, mas agora estamos naquela situação de subversão de todos os valores da qual falava o filósofo Nietsche. O mal é tido como coisa boa. O bem é questionado. Tentando justificar tudo que querem fazer, muitos desprezam exigências morais como coisa de moralismo antiquado. Dizem que a juventude de hoje está em outra, e que a Igreja deve apoiar novos valores.

Tudo isso não é novidade. O profeta Isaias já fez um alerta: Ai dos que dizem que é bom aquilo que é mau e dizem que é mau aquilo que é bom. (Is 5,20)

A confusão de valores neste século pode ajudar a entender o significado da primeira tentação que começa semeando desconfiança diante das proibições: Sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal. A tentação cada vez mais presente no mundo de hoje é essa mesma: Não aceitar que Deus nos indique o caminho a seguir, não querer obedecer aos mandamentos de Deus.

Para quem não crê na revelação divina na Bíblia, desobedecer não é problema. Se Deus não existe, tudo é permitido. Tudo que não for proibido par leis feitas e impostas pela força de autoridades humanas. No entanto, como evitar que governos fortes ou minorias hedonistas e egoístas imponham leis injustas? Nem a declaração universal dos direitos humanos consegue evitar injustiças.

Aos que não reconhecem o valor dos mandamentos apresento essa pergunta para pensar: A vida nesta terra não seria muito melhor se todos procurassem viver de acordo com os ensinamentos do Evangelho?

Parábolas do Reino

Comparações com coisas da terra oferecem noções sobre os mistérios do céu.

A parábola da rede que apanha peixe de todo tipo nos fala sobre a importância decisiva da vida transitória na terra para o nosso futuro no céu. É comparação semelhante à parábola do trigo e do joio que crescem juntos até a colheita.

Tais parábolas me fazem lembrar a advertência de um pregador de sobre a figueira sem frutos do Evangelho: Ou figo na figueira, ou a figueira no fogo! Neste mundo vivem juntos bons e maus. A separação será no fim: O trigo para o celeiro, o joio para o fogo. Peixes bons acolhidos e peixes ruins jogados fora.

Os ensinamentos do Evangelho falam da necessidade de caminhar pela estrada exigente dos mandamentos de Deus. Para ninguém ficar na ilusão de imaginar um Deus “bonzinho” que carregue todos para o céu, mesmo quem não queira caminhar para subir. Não vejo sentido numa canção que diz assim: Mesmo que eu não queira, converte-me, Senhor. A não ser que tal cantor na realidade queira melhorar, mas saiba que para isso precisa da graça divina.

Outras parábolas também procuram explicar coisas do Reino de Deus. Aquela do tesouro escondido no campo e a outra da pérola preciosa tentam explicar que vale a pena deixar tudo mais para participar do Reino de Deus, que deve ser preferido a todos os tesouros deste mundo.

O fundamento da vida cristã é o amor. Amar a Deus acima de todas as coisas. Tal amor pressupõe um conhecimento de Deus pela Fe. Ninguém ama o que não conhece. Somente quem entende que o Reino de Deus é a pérola preciosa e o tesouro no campo que vale mais que todo dinheiro da terra pode amar a Deus acima de tudo.

Marchas e Procissões

No dia da festa católica do Corpo de Cristo, evangélicos fizeram em São Paulo a Marcha por Cristo com três milhões (?) de participantes. Logo no domingo seguinte, a Parada do Orgulho Gay conseguiu reunir quatro milhões (?) na sua marcha pelos direitos dos homossexuais, no desfile dos GLBT.

Diante do sucesso de tais desfiles e da participação menor nas nossas Procissões que celebram o mistério da Presença Especial do Cristo na Missa e no Sacrário das nossas igrejas, tirei três conclusões:

Felizmente existem seguidores do Cristo também em outras igrejas.
Infelizmente nem todos os católicos são discípulos de Jesus.
O reconhecimento dos valores da fé não se consegue com imposições.

Quanto à Festa católica, ainda não consegui descobrir as razões para substituir com o nome grego de Eucaristia os nomes tradicionais de Missa e Comunhão. Recebemos a Comunhão para ter Comunhão com Jesus e para viver em Comunhão com os outros.

Quanto à Festa de São João: Por que será que nossas festas de origem religiosa têm a tendência de perder seu conteúdo religioso? Dos festeiros de São João, quantos se lembram do profeta João que não tocava em bebida e convocava o povo a converter-se e fazer penitência? Por que será que tantos precisam de bebida para ter alegria?

Você quer ser feliz? A felicidade não está em ter muito, mas em querer pouco.

Quer ter tudo que quer? Quem quer apenas o que pode ter, pode ter tudo que quer.

Ter tudo que quer pode ter quem quer apenas o que pode ter.

Minha Floresta de NIM

Floresta de Nim no Sertão

Depois de tentar por anos em vão convencer os fazendeiros que até o sertão mais seco pode produzir, posso agora mostrar um pedaço de floresta plantada com aproveitamento melhor da chuva rara e de um pouco de água de irrigação.

Com uma ferramenta barata para furar pequenos buracos para colocar a água de chuva e de irrigação na profundidade das raízes, consigo reduzir a um mínimo o desperdício da evaporação na superfície e a perda de água de chuva ladeira abaixo.

Um dia de sol tropical faz evaporar até 10 mm de água colocada na superfície da terra. São dez litros por metro quadrado, 100 metros cúbicos por hectare.

Considerando que 79 % do consumo mundial de água acontece na irrigação, podemos ver que a possibilidade maior de enfrentar o problema de falta de água para o futuro da humanidade está neste campo: no campo.

Agora já posso mostrar o resultado do primeiro experimento do meu método de irrigação: uma pequena floresta de quinze hectares de árvore NIM, já com 4 metros de altura, em pleno sertão da Bahia, depois de três anos de chuvas tão fracas que nem deu para encher a pequena represa que temos.

O ano passado precisamos cavar um poço, que produz 500 litros de água por hora. Com métodos tradicionais de irrigação mal daria para irrigar um só hectare.

Logo no começo do experimento, tentei apresentar o meu método de irrigação num filminho do youtube no meu Blog. Até agora não consegui animar outros a plantar florestas no sertão com o novo método de irrigação. Vejo que é difícil convencer um camponês com novidades que levam alguns anos para dar resultado. Além disso, será que um bispo pode ensinar fazendeiros e agrônomos a plantar?

Anexo um retrato antigo com a placa de energia solar e a bombinha boiando na represa. Outros retratos mostram a situação atual, e a primeira instalação de energia solar para trazer água para o gado, e com árvores mais velhas plantadas na baixada.

Espero que depois de entregar a diocese aos cuidados de um bispo mais novo, eu possa desenvolver melhor as minhas idéias e conseguir que outros façam o sertão florir. Está na hora de experimentar o novo método de irrigação com outros tipos de árvores que tenham raiz pivotante. Suponho que seria interessante testar o eucalypto. Acho um desperdício de terra boa plantar eucalypto em terras onde em se plantando tudo dá. Devia ser plantado no sertão e em áreas degradadas do cerrado.

A economia maior de água com meu método acontece nos primeiros anos de reflorestamento. Àrvores novas não bebem muito. Árvores maiores precisam de mais água, mas sua sombra ajuda a diminuir o desperdício da evaporação no chão.

Para evitar a desertificação de áreas devastadas e substituir o desmatamento, precisamos encher o sertão e o cerrado com florestas adequadas para melhorar o ar e suprir o mercado com madeira e lenha e carvão.

Finalmente tenho uma ligação de internet com banda larga menos lenta. Agora já posso mostrar algumas imagens para quem quer ver para crer. Para ver o retrato inteiro basta um clique na imagem.

Começando com pouca água, com bombinha movida a energia solar

Área com NIM mais velho, na baixada, com poço que fornece água quando o gado deixa sobrar

Bico Tatu em posição para começar o furo

O bico tatu cavou um buraco de um metro em um minuto

Bispo descansando a testa plantando floresta

A semana do meio ambiente convoca toda boa gente a cuidar do inteiro ambiente

Repensando Campanhas

Para ordenação de um padre

Desde a criação da Diocese de Jequié, a minha prioridade é a formação de padres para servir ao povo nas paróquias. Para quem diz que a Diocese deveria cuidar mais da promoção social para melhorar a situação dos pobres, tenho uma resposta: Realmente, a formação de um padre custa muito: Mais que 80 mil reais para os sete anos de filosofia e teologia. Sem contar os gastos com alguns que desistem no meio do caminho.

No entanto, conseguindo preparar um bom padre para uma paróquia, estou fazendo para os pobres muito mais que distribuindo dinheiro para eles.

Já fiz umas provocações sobre a Campanha da Fraternidade deste ano. Apresento agora uns pensamentos do ano passado que cabem muito bem na CF deste ano. Mais: As observações que faço para o povo todo, com mais rigor ainda valem para padres, neste dia que temos a alegria de ordenar mais um padre para a Diocese de Jequié.

CF 2010: Organizar a economia a serviço da vida de todos.

Conviver em fraternidade para o bem comum com paz e justiça no país e no mundo.

O Bem Comum requer que os interesses de todos tenham prioridade, sejam colocados acima dos interesses pessoais ou de grupos. A justiça foi definida assim: Dar a cada um a sua parte. Tal definição tem um sabor de paternalismo e assistencialismo: Prefiro dizer assim: Organizar a sociedade de tal maneira que cada pessoa possa conseguir a sua parte com seu próprio esforço.

Foi assim que Deus criou o mundo e nos confiou a missão de colaborar com ele. Podemos até dizer assim: Deus criou o mundo inacabado, para que possamos participar da sua obra. Com os dons que dele recebemos, podemos fazer-nos a nós mesmos e tornar-nos colaborares de Deus, responsáveis pelo presente e pelo futuro da nossa morada.

De certa maneira, o homem é seu próprio criador, inteiramente diferente dos bichos que não podem escolher o que querem ser.

Você é a pessoa que você mesmo construiu, dentro de limites externos e internos, a partir de um ponto de partida que lhe foi dado. No seu presente você se faz o que você será no futuro. Se fizer escolhas erradas, o problema é seu, e não adianta queixar-se de Deus e dos outros.

Precisamos aprender a combinar economia com ecologia, desenvolvimento para todos com preservação da natureza para gerações futuras.

No Evangelho temos pistas: Não acumular tesouros na terra… (Mt 6,19). Não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Na realidade, vivemos num mundo cada vez mais governado pelo dinheiro. Quem tem, quer mais, quer tudo que o dinheiro possa comprar.

Todos já deveriam saber que não podemos mais desperdiçar o que a terra produz. Devemos deixar um mundo habitável para gerações futuras.

Quem deseja colaborar com um futuro melhor precisa contentar-se com um padrão de vida mais simples. O problema é que poucos querem renunciar às comodidades consumistas que têm ao seu alcance.

Muitos querem colocar o próprio Deus a seu serviço. Vivem pedindo favores a Deus, em vez de procurar fazer a vontade de Deus. Podemos, sim, fazer orações de pedido, mas não faz sentido ser interesseiro até na religião, ser egoísta até na oração. Pedir, sim, mas para quem mais precisa, e caprichar para fazer o que depende de nós.

Com o aumento da população mundial e a melhora do padrão de vida de alguns bilhões, a terra está chegando ao esgotamento dos seus recursos naturais. Com isso, a luta pela sobrevivência vai causar novas brigas e guerras, se as nações e as pessoas não conseguirem superar atitudes egoístas do tipo Farinha pouca, meu pirão primeiro.

Na tradição católica, a Quaresma é tempo de conversão, com oração, jejum e esmola, lembrando os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar a sua pregação. Nosso tempo não quer saber de sacrifício, de renúncia, de jejum. Por outro lado, milhões praticam o jejum forçado da fome, outros o jejum do regime pela elegância. Uns estão doentes por falta de comida, outros porque comem demais.

Essas reflexões que fiz no ano passando, continuam valendo para a CF 2011: Fraternidade para a Vida na Terra: Ajude a salvar o Planeta!

Levando em conta que a terra está chegando ao esgotamento dos seus recursos, o único caminho para possibilitar à metade mais pobre da humanidade uma vida melhor é este: Que a metade mais rica aprenda a praticar um novo tipo de jejum: Contentar-se com um estilo de vida mais modesto. Todos que não têm seu horizonte limitado a pequenos problemas pessoais percebem a urgência de se fazer alguma coisa, mas poucos começam a fazer a sua parte.

O dilema fundamental de economia do nosso século é este: Como combinar o desenvolvimento dos povos com a preservação da natureza?

No meu tempo de padre jovem, muita discussão girava em torno de um bolo. Os mais revolucionários insistiam que o mais importante e urgente era distribuir o bolo. Os mais conservadores, os desenvolvimentistas, argumentavam que o bolo era pequeno demais, que ainda não dava para todos, que era necessário fazer o bolo crescer para ter o que distribuir.

Estamos chegando a uma situação inteiramente diferente. O bolo já não pode crescer muito, por falta de ingredientes, pelos limites dos recursos naturais: água, terra, energia, alimentos, minérios. Quem vive de olhos abertos para o mundo já percebe que os mais pobres só poderão ter mais, se os mais ricos se contentarem com menos. Já falei isso ainda no século passado, mas agora tal realidade vai ficar mais clara para quem tem olhos para ver.

O dilema básico de quem procura colaborar na construção de um mundo melhor para todos é este: O que será mais importante, a transformação das pessoas ou a mudança das estruturas da sociedade? É a sociedade que faz as pessoas, ou são as pessoas que fazem a sociedade?

A Campanha da Fraternidade não é para criticar os outros e reclamar do Governo, mas para incentivar a todos a fazer o que podem para construir um mundo mais fraterno. Só teremos um mundo melhor com homens e mulheres melhores.

Oração para começar uma nova etapa na vida: Viver é tão bom, Senhor! Obrigado por este ano novo (esta semana, este dia) que posso viver! Ensinai-me a andar nos vossos caminhos, a fazer a vossa vontade! Jequié, 25 de Março de 2011

Padres para este mundo

Padres para Nosso Século

Já se foi o tempo que o padre tinha prestígio na sociedade só por ser padre. Hoje chega enfrentando a desconfiança de olhares críticos que ficam na espreita para ver algum ponto fraco a criticar no seu agir e falar.

Para ser padre num tempo de crise no mundo e na Igreja precisa ter coragem. Estamos na era do materialismo prático do consumismo que faz do dinheiro seu Deus que oferece poder e prazer. Cristãos e ateus percebem que a Igreja está passando por uma crise existencial, agravada por defeitos entre seus representantes, escândalos que servem de pretexto para questionar o conteúdo da sua pregação.

Sobre as causas da crise existem controvérsias, e mais ainda sobre os caminhos possíveis para melhorar. Para muitos foi o Concílio Vaticano II que causou a crise atual, ou piorou a situação, com mudanças na liturgia, nas estruturas e na organização da Igreja, na doutrina que procura sistematizar o conteúdo da fé, e nos preceitos morais que procuram aplicar os mandamentos de Deus ao mundo atual. Para outros, a crise não surgiu e não se agravou por causa do Concílio, mas apesar do mesmo. Acham que a Igreja estaria muito pior sem o Concílio.

Outros ainda acham que o Concílio devia ter feito mudanças muito maiores. Exigem mais mudanças urgentes. Descontentes com a Igreja e suas estruturas, com Papa e Vaticano, com bispos e padres, com tradições e catecismos, os críticos da Igreja do passado e do presente querem uma Igreja diferente para o futuro. Divergem nas suas propostas, mas o seu clamor por um novo Concílio traz exigências convergentes.

Os conservadores respondem que o Concílio já mudou demais, e que a Igreja não pode abandonar o conteúdo da fé formulado nos primeiros séculos e a riqueza da tradição. Contra o relativismo questionador da realidade histórica da Revelação Divina na Bíblia insistem na singularidade da Palavra e da presença real de Deus em Jesus que continua na Igreja por seus ensinamentos e pelos sacramentos que precisam de sacerdotes.

Muitos querem tirar a exigência do celibato para os padres, lei que consideram como causa maior da falta de padres e das faltas dos padres, de pecados e escândalos. Acho que tais coisas não acontecem por causa do celibato, mas apesar do celibato. Alguém pensa que o casamento traz imunidade contra tentações e traições? Quanto à falta de padres, é preciso ver que outras Igrejas exigentes com seus pastores também sentem falta de pastores dedicados à sua missão.

O peso maior do celibato não está em renunciar aos prazeres do sexo, mas em deixar esposa e filhos (que podia ter). A solução não está em diminuir as exigências, mas em aumentar a disponibilidade, a disposição de dedicação integral à pregação do Evangelho inteiro, quer agrade, quer desagrade. O celibato só tem sentido como parte do deixar tudo pelo Reino de Deus. Fora desse contexto fica pesado demais.

Unir as igrejas sem unidade na Igreja?

Nestes tempos de confusão na Igreja e no mundo, ando preocupado com a falta de unidade na Igreja. Como podemos recuperar a unidade de todos os cristãos, se não conseguimos viver unidos na nossa própria Igreja, na Diocese, na Paróquia, nas Pastorais, nos Movimentos, e até na Família?

Querendo construir a unidade na Igreja, precisamos primeiro desfazer idéias erradas sobre unidade. Para vivermos unidos, não precisamos ter os mesmos pontos de vista em tudo. Não precisamos torcer pelo mesmo time, nem ser do mesmo partido político. Ninguém mais quer um partido único e obrigatório para todos os católicos. Já passou o tempo de excomungar partidos.

Problemas podem surgir, quando partidos apresentam propostas contrárias aos ensinamentos da Igreja. Outros atritos entre o poder civil e a Igreja são provocados por padres ou bispos que querem envolver a Igreja toda em campanhas contra projetos complexos de política econômica.

Quanto à participação direta de padres e bispos na política partidária como candidatos, alguém duvida que isso divide a comunidade?

A unidade que precisamos preservar ou conseguir é a unidade na fé e na vida, unidade sustentada pela obediência à autoridade legítima. Acontece que a obediência é uma virtude de pouco prestígio no mundo e na Igreja de hoje. Vem aumentando a pressão por estruturas mais democráticas na Igreja, por colegialidade entre os Bispos com o Papa, por corresponsabilidade dos padres com o Bispo na Diocese e dos Leigos com o Padre na Paróquia.

Jesus deu a Pedro a tarefa de confirmar os irmãos na fé. È missão do Papa cuidar da unidade na Igreja, junto com os bispos. É missão do Bispo cuidar da unidade na Diocese, junto com os padres. É missão do Padre cuidar da unidade na Paróquia, junto com Líderes Leigos.

Tudo isso em atitude de serviço, em obediência à recomendação de Jesus aos apóstolos que discutiam sobre qual deles seria o maior: Não façam como os reis que dominam e exploram: O maior dentre vós seja o menor, o que governa seja aquele que serve. (Lc 22,26) Hoje, Jesus diria: Não façam como certos políticos que dominam e exploram. Não aproveitem seu cargo para tirar vantagem!

O profeta Ezequiel diria: Não façam como certos pastores que se apascentam a si mesmos, em vez de apascentar as ovelhas! (Ez 34)

Ser padre não é apenas o ganha-pão de um funcionário de igreja, mas a vocação para um serviço especial à comunidade. O padre é chamado a ser pregador da Palavra de Deus, quer agrade, quer desagrade, para todos que têm ouvidos para ouvir e querem conhecer a verdade. Jequié, 06 de Março 2011

Fraternidade para o futuro

CF 2011 Fraternidade para a vida do planeta

Ao homem foi confiada a missão de ser o jardineiro da terra

No tempo da Quaresma, a CF convoca o povo brasileiro a viver uma vida mais fraterna e solidária, cada ano enfocando um tema diferente. Este ano ela convida todos a fazer o que ainda é possível para diminuir o aquecimento global que vem deteriorando as condições de vida no presente e ameaça o futuro da nossa morada na terra.

Faz tempo que a Igreja fala sobre a problemática do esgotamento iminente dos recursos naturais. Já no ano de 1979, a CF tinha o tema: Preserve o que é de todos. Vários escritos do Papa se referem à necessidade de enfrentar as mudanças climáticas. Em 2010, Bento XVI disse para todos: Se queres conservar a paz, preserve a criação.

A CF do ano passado nos diz que precisamos organizar a economia a serviço de todos. Conviver em fraternidade para o bem comum em paz e justiça no país e no mundo. Cuidar do bem comum é colocar os interesses de todos acima dos interesses pessoais.

Muitos dizem que a culpa pela depredação dos recursos naturais é dos países ricos com seu estilo de vida que não respeita os limites das possibilidades do nosso planeta.

Criticar os outros como causadores dos problemas é fácil, mas não resolve nada, se os pobres que criticam a gastança dos ricos procuram alcançar um padrão de vida igual: morada com todas as comodidades, televisão e computador com todas as novidades, ar condicionado em todos os ambientes, celular da última moda, carro desnecessário, comida farta, roupas elegantes, festas regadas a bebidas, viagens pelo mundo.

Numa Semana Social do século passado avisei que os mais pobres só poderão ter mais, se os mais ricos se contentarem com menos. Tempos atrás ainda valia o argumento desenvolvimentista que alegava que o luxo dos ricos criava empregos para os pobres e sustentava o crescimento. Tal argumento ficou obsoleto diante do esgotamento progressivo dos recursos naturais. Estamos no tempo dos grandes dilemas globais:

1) Colocar em primeiro lugar o crescimento econômico, ou o cuidado ambiental?

2) Diante da disponibilidade limitada de terra e água para a demanda crescente: Produzir alimentos, ou álcool e outros biocombustiveis para gerar energia?

3) Diante da escassez crescente dos recursos hídricos: Continuar a gastar tanta água com agricultura irrigada para produzir alimentos e energia?

4) Diante do aumento da demanda por energia: Construir ou não as novas usinas hidroelétricas que a natureza generosa ainda oferece ao Brasil?

Alguns acrescentam falsos dilemas: Agronegócio, ou agricultura familiar? Modernização com tecnologia, ou empregos com enxada e foice?

Para esses e outros assuntos muito complexos a Bíblia não oferece as respostas e receitas simplórias que alguns pretendem encontrar nas Escrituras e apresentar em nome da Igreja.

A CF de 2011 quer convocar a todos para cuidar do futuro da terra

Todos os católicos, e também as outras pessoas de boa vontade, são convidados a fazer o que podem para enfrentar os problemas causados pelo aquecimento global. Para que perder tempo com acusações aos governantes, ao sistema “capitalista” e “neoliberal”? Para que servem as condenações estéreis da agricultura de exportação com críticas genéricas contra o tamanho das fazendas e contra projetos do governo?

Não vou entrar nos pormenores dos textos da CF, mas não posso deixar de fazer umas ponderações a respeito das hidroelétricas, alvos preferidos de críticos caolhos que só enxergam aspectos negativos nos projetos que querem combater.

Os mesmos setores que hoje combatem o Belo Monte e outras hidroelétricas na Amazônia, eram contra Sobradinho, contra Itaipu, contra Tucuruí, etc. O que seria do Brasil sem Itaipu? O que seria do Nordeste e do Norte sem Sobradinho e Tucuruí?

Os adversários do Belo Monte alegam que haverá desmatamento para criar um lago de quinhentos ou de mil km². Ora, o que são mil km² numa floresta de tres milhões?

Na Amazônia já foram queimadas centenas de milhares de km², até 20 mil km² por ano. Ainda este ano será queimada uma área de floresta dez ou vinte vezes maior que a bela lagoa inteira que vai surgir em Altamira e vai oferecer peixes aos índios e aos outros pescadores.

Até na criação de milhares de empregos alguns enxergam apenas aspectos negativos. Querem que a região fique eternamente deitada em berço esplêndido? Querem que os índios que vivem na região fiquem para sempre sem acesso ao progresso? Querem “proteger” os índios contra “contaminações” com coisas estranhas à cultura deles? Querem que vivam apenas das suas tradições, numa espécie de jardim antropológico onde seus costumes ancestrais possam ser admirados por turistas?

Não me cabe dizer o que é bom para os índios. Cabe às ONGs? Cabe ao Governo? Aos missionários? Em todos esses setores existem opiniões divergentes. Todos dizem que cabe aos próprios índios decidir, mas procuram passar suas próprias idéias. Será que o isolamento contra a cultura importada dos brancos e contra a tecnologia moderna vai ser bom para eles? Não será mais coisa da cabeça dos seus “protetores”, de tutores e antropólogos que procuram fazer a cabeça de muitos? Para índios que preferem uma vida isolada na sombra da floresta não vai faltar espaço, mesmo com todas as usinas que ainda possam ser construídas nos rios. A verdadeira ameaça está nas queimadas.

O Brasil precisa de energia elétrica. Os índios vão querer também, e vão ficar em situação muito melhor. Dentro de poucos anos vai surgir a mesma pergunta que surgiu em torno de hidroelétricas construidas em décadas passadas: Como é que alguém podia ser contra?

Alternativas para substituir a construção de usinas hidroelétricas?

Alguns argumentam com alternativas melhores, que não existem. Ou vão querer substituir a energia limpa das hidroelétricas por usinas movidas a carvão, poluentes e devoradoras de florestas? Ou vão querer continuar com usinas poluentes movidas a óleo trazido por distâncias de mil quilômetros, de caminhão ou de navio?

Quanto às usinas atômicas, depois dos desastres com algumas, ainda querem essas em lugar da energia limpa e segura das hidroelétricas?

Quanto às alternativas de energia limpa: A eólica é interessante, mas muito limitada. Restaria a energia solar, mas não há possibilidade de implantação no ritmo necessário para o progresso do Brasil.

Sou inteiramente a favor do aproveitamento direto da energia solar. Tenho até propostas para isso. É a solução para o futuro. Neste setor, o Brasil ainda é o país de um futuro bem distante, por falta de ação no passado e no presente. Apesar de ter o privilégio de irradiação solar muito maior que outros países mais adiantados nesse ponto, o Brasil está muito atrasado no seu aproveitamento. Nossos juros absurdos tornam inviáveis investimentos que levam vinte anos para dar um retorno financeiro.

A hidroelétrica de Belo Monte envolve aspectos técnicos e econômicos por demais complicados para a Igreja envolver o peso da sua autoridade contra sua construção.

Nem a favor. Cada bispo é livre para dar a sua opinião com seus argumentos, mas a CNBB não tem a competência de cobrar do povo uma participação na propaganda contra o projeto. Já basta a pressão de certas ONGs que pretendem dizer ao Brasil o que deve fazer.

Também não entendo para que servem críticas genéricas ao pré-sal, um achado muito importante para o país. Concordo que não é para apostar todas as fichas no pré-sal. Nosso governo quer ir com muita pressa ao pote do pré-sal. Já quer criar um fundo bilionário com a receita desse petróleo. Acho que a reserva melhor está no próprio petróleo, lá no fundo do mar, num cofre seguro que ninguém consegue arrombar.

Não sabem que o petróleo tem valorização garantida num prazo mais longo, a não ser que o fim do mundo venha antes? Podem anotar essa afirmação, para conferir na próxima década, se antes não ocorrer uma crise mundial sem precedentes. Ou uma boa invenção que aumente o rendimento de motores e máquinas a vapor.

Podem conferir também algumas previsões que fiz na primeira década do Real, sobre resultados previsíveis da nossa política econômica, com os efeitos perversos dos juros absurdos que atrasaram o desenvolvimento do país e resultaram no aumento perigoso da nossa dívida pública interna. Tais juros causaram a transferência de trilhões de reais para os brasileiros mais ricos e para o capital financeiro mundial, recursos subtraídos dos investimentos e serviços públicos mais importantes. Economistas a serviço do grande capital defendem o tamanho dos juros na imprensa, com o pretexto de serem necessários para segurar a inflação, o bicho papão. Favorecem os interesses de quem?

A CF não é para reclamar dos outros, mas para animar a todos a fazer o que podem. Somos convocados a viver uma nova dimensão da Solidariedade, a estender a nossa Fraternidade às futuras gerações, a incluir o futuro nos cuidados com o bem comum.

Entre os críticos de políticos, muitos não fariam melhor se estivessem no lugar deles. Também procuram tirar vantagem em tudo para ter vida boa. Muitos acham que não faz sentido fazer a penitência de renunciar a coisas boas. Não querem renunciar nem a coisas prejudiciais para outros. Nem para si mesmo: cigarros, drogas, brigas, exageros na comida e bebida (e ainda dirigem depois), etc… Não conseguindo submeter-se a uma disciplina alimentar, muitos procuram operações estéticas complicadas, neste mundo onde muitos estão doentes por falta de comida, e outros por comer demais.

Está na hora de um novo tipo de penitência para todos: Reduzir o consumo de coisas desnecessárias. O mundo precisa de uma nova pregação quaresmal: Convertei-vos e contentai-vos com um padrão de vida mais modesto! Aprendei a viver num estilo de vida menos gastador!

Se surgir tal pregador, será uma voz clamando no deserto. Será que vai conseguir evitar a continuação da desertificação no sertão e no cerrado, e em grandes áreas da África e do Oriente? Ouvi dizer que só no Nordeste são desmatados 3000 km² de caatinga por ano. Parte da terra desmatada nem se aproveita para plantar.

O Brasil é um dos maiores causadores do aquecimento global, principalmente pelas queimadas que não só provocam poluição da atmosfera e aquecem diretamente o ar, mas ainda matam florestas, consideradas o pulmão do mundo. Por outro lado, o nosso país pode dar a maior contribuição para melhorar, em duas frentes:

Pela diminuição das queimadas na Amazônia e em outros lugares.
Pelo reflorestamento no sertão e em outras áreas degradadas.

Não fico apenas a dizer o que fazer. Tento fazer a minha parte. Para plantar florestas em áreas secas, inventei um método de irrigação que gasta muito menos água. Para quem quiser ver para crer já posso mostrar uma pequena floresta no sertão da Bahia.

Jequié, Março de 2011 www.domcristiano.com.br

Feito para brilhar

( Nova redação, depois de problemas de computador. Logo mais virão novidades)

Nas trevas deste mundo pode surgir uma luz

Depende de você. A terra está cheia de pessoas a queixar-se de Deus e do mundo. Do Governo, dos Políticos, da Escola, da Igreja. No entanto, mais vale acender uma vela que reclamar da escuridão. Um profeta disse que tua luz pode ter o brilho da aurora. (Is 58,8) Jesus fez um apelo aos seus seguidores: Vossa luz precisa brilhar!

Com Jesus começou a realização da profecia de Isaias, escrita sete séculos antes: Para o povo que andava na escuridão vem surgir uma luz. (Is 9,1) Cumprindo a profecia, disse Jesus: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas tem a luz da vida. (Jo 8,12)

Vinte séculos depois, ainda estamos vivendo num mundo cheio de trevas. Mais da metade da humanidade ainda não vive na luz do Cristo. Pior: As igrejas dos cristãos estão começando um século de crise de fé e desvios de doutrina e de comportamento. Muitos voltam às trevas. Se acham iluminados com as luzes do racionalismo ou se contentam com a penumbra do relativismo que foge da questão da verdade.

Na situação atual da Igreja e do mundo podem surgir dúvidas sobre a realização da profecia de Isaías em Jesus. Com dois mil anos de presença dos ensinamentos dele, os homens já deviam viver num mundo de paz e amor. Mas o mundo de hoje não pode ver o Cristo. Só pode ver os cristãos, que têm a missão de iluminar o mundo com sua luz. Filipe lhe disse: Senhor, mostrai-nos o Pai! Jesus respondeu: Quem me vê, vê o Pai. Quem vê você, cristão, pode ver o Cristo?

Você faz a luz de Cristo brilhar? Na realidade, muito cristão não tem luz nem para clarear o próprio caminho. Que brilho tem a vida de um corrupto, de um viciado em bebidas e outras drogas, de um adultero e outros egoístas que só fazem o mundo piorar? Não seja um cristão apagado que fica estagnado na mediocridade de uma vida parada no consumismo parasita! Devemos ser uma mensagem viva. Em muitos casos, somos o único Evangelho que os homens de hoje ainda lêem. (Bento XVI)

O mesmo Jesus que se apresentou como luz do mundo, disse aos discípulos: Vós sois a luz do mundo. As duas expressões não se contradizem, mas se completam, assim como outras afirmações de Jesus que parecem contraditórias, mas na realidade são complementares.

Jesus deixou claro que podemos apresentar pedidos a Deus. Pedir, sim, mas precisamos fazer também o que Deus nos pede. Deus não quer piedosos preguiçosos, pedintes que só sabem pedir. Não faz sentido você pedir a Deus um mundo melhor, se não fizer a sua parte para melhorar o seu pedaço. Sua luz precisa brilhar para clarear o caminho por onde andar. Você pode, com a graça de Deus. O futuro depende também de você.

Proibições arbitrárias?

Proibições arbitrárias?

Sobre Mandamentos de Deus existem malentendidos entre judeus e cristãos e ateus. A confusão maior se refere ao sexto mandamento: Não cometer adultério.

É proibido proibir! Li nalgum lugar que esse slogan não é novidade inventada por jovens rebeldes, mas velho princípio de educação entre índios brasileiros: Deixar as crianças fazer o que querem. Pedagogos também desaprovam imposições, para não criar complexos. Querem escolas que aprovem todos sem nenhuma exigência. Outros insistem na necessidade de fazer aprender a viver com as limitações inerentes à vida, aprender a receber a firmeza de um não. Alguns países fazem da competição por notas melhores o princípio básico do sucesso na escola, para prepará-los ao mundo real.

Além das limitações impostas pela natureza, o convívio em sociedade precisa de leis de convivência com suas obrigações e proibições formuladas por consenso ou por alguma autoridade que cuida também da observância dessas leis. Tigres asiáticos cresceram muito com disciplina rigorosa na educação, com a firmeza de proibições e exigências. A Igreja não pode impor suas leis, mas precisa propor o caminho exigente dos mandamentos de Deus.

Os sofrimentos de guerras mundiais levaram à Declaração universal dos direitos humanos pela ONU, Organização das Nações Unidas. Direitos implicam em obrigações e proibições. A igreja católica diz que existe uma lei natural na consciência das pessoas de boa vontade. As religiões têm leis apresentadas por pessoas que se apresentam como representantes de Deus.

Que Deus? – perguntam ateus. Se Deus não existe, tudo é permitido: Vale a lei do mais forte. Esse mais forte pode ser um governo, bom ou ruim, que faz cumprir suas leis, justas ou injustas. Ainda bem que a humanidade aprendeu a reconhecer leis inerentes à nossa natureza. Crentes e descrentes respeitam a declaração da ONU. Mesmo assim já surgem interpretações distorcidas que atribuem a uns o “direito” de passar por cima do direito de outros, até mesmo do direito de viver.

Não sei o que se passa na cabeça de um ateu, mas acho que existem ateus de boa vontade, talvez com saudade de Deus e do paraíso perdido. Quanto aos cristãos, nem todos vivem de acordo com os mandamentos de Deus. Alguns nem procuram conhecer a vontade do Senhor. Outros percebem o valor natural dos mandamentos e chegam a dizer assim: Se Deus não existisse, deveria ser inventado. Percebem a força da fé cristã para viver uma vida melhor.

Os cristãos reconhecem a existência de Deus que criou tudo mais que existe. Cremos que na Bíblia temos recados de Deus para nós, orientações para conviver com os outros e colaborar na construção de um mundo melhor.

A finalidade dos dez mandamentos é esta: Melhorar a vida humana na terra, a convivência entre pessoas e nações.

A Bíblia precisa ser lida com bom senso, para que a letra da lei não atrapalhe seu sentido. Os dez mandamentos não são imposições arbitrárias para cercear a nossa liberdade e diminuir a nossa alegria de viver. Jesus insiste na necessidade de andar pelo caminho da obediência aos mandamentos para entrar no reino dos céus, mas o objetivo dos mandamentos é melhorar o convívio de todos na terra.

Toda lei de Deus é orientada para o amor. Quem ama procura evitar tudo que possa prejudicar. Jesus deixa claro que as exigências dos mandamentos vão além da letra de lei. A mentalidade do mundo tem dificuldade especial de reconhecer o valor do sexto mandamento que proíbe o adultério e todo pecado contra a castidade. Muitos jovens não conseguem ou não querem ver que Deus não quer atrapalhar a alegria de momentos felizes, mas proteger a felicidade maior de um grande amor.

A matemática do amor é diferente da matemática financeira. Um amor vale mais que muitos amores. A família constituída pelo casamento entre um homem e uma mulher para a vida inteira, grande conquista do cristianismo, vem sofrendo abalos causados por problemas pessoais de comportamento e por influências negativas da mentalidade dominante que põe o prazer acima do amor e confunde amor com sexo. Certo dia, uma jovem desconhecida me abordou assim: Oi, bonitão, quer fazer amor? Respondi que amor não é coisa que se faz, é coisa que se vive.

Agora, com as facilidades do sexo “livre” nos motéis ou na casa do namorado, talvez exista menos prostituição remunerada. Jovens iniciados na promiscuidade terão dificuldade maior de viver como esposos fiéis e pais dedicados. Para quem acha tal discurso coisa de moral ultrapassada, lembro que vem surgindo, até mesmo entre jovens sem ligação religiosa, uma proposta de namoro sem queimar etapas, de castidade antes do casamento, com o lema: Quem ama sabe esperar. Você acha que um namoro assim será menos feliz? E o casamento depois também?

Se a mentalidade deste mundo não entende nem a razão e a finalidade do sexto mandamento, menos ainda entende a exigência do celibato para padres na igreja católica. Se a Igreja tem a coragem de exigir dos seus padres que deixem tudo, até mulher e filhos, para dedicar-se inteiramente ao Reino de Deus no serviço dos irmãos, não é por menosprezar o sexo.

No compromisso que o sacerdote católico assume na ordenação, a renúncia radical aos prazeres do sexo é apenas um pormenor. Não sou doutor em psicologia, mas tenho uma pergunta aos que acham que a felicidade depende da quantidade de prazer: Será que muitas pessoas não seriam mais felizes com menos sexo e mais amor?

Num mundo que faz da trinca do dinheiro, do poder e do prazer o seu Deus, o celibato pode ser um testemunho de outros valores. Tal testemunho se perde nos escândalos com padres que não conseguem ser fiéis até o fim às promessas que tiveram a coragem de assumir um dia. Tais escândalos não acontecem por causa do celibato, mas apesar dele. A porcentagem de padres que cometem pecados contra o celibato certamente é menor que a porcentagem de maridos que cometem traições.

A propaganda de camisinhas no carnaval e em outras festas manifesta o tamanho da promiscuidade reinante: Use camisinha, e aproveite a folia! Para que servem camisinhas, se não é para proteger adúlteros contra efeitos não desejados?

Por que será que uma sociedade tão tolerante diante da desordem moral, mesmo num país onde quase todos se dizem cristãos, fica tão escandalizada diante de qualquer pecado de padre? Querem justificar seus erros com os erros dos padres? Soube de uma conversa de homens, num encontro de Igreja. O primeiro disse assim: Aquele padre não me venha com lições de moral. Eu mesmo vi o padre no motel. Depois de pensar um pouco, o outro fez a pergunta pertinente: E você, o que estava fazendo no motel?

Os mandamentos valem para padres e leigos, solteiros e casados.

Se não fosse o pecado, nossa vida no mundo poderia ser um paraíso na terra. Alguns chegam a dizer que a Igreja despreza o corpo e diz que o prazer do sexo seria pecado. Ora, quem foi que inventou o ser humano com todas as dimensões corporais, tendências de sensualidade e afetividade, e capacidades espirituais? A Bíblia apresenta o homem e a mulher como obra prima de Deus: E Deus viu que tudo era muito bom.

Para muitos, a culpa da confusão neste campo seria de Deus que nos criou assim como somos. Não entendem que nossa semelhança com Deus consiste também na participação no seu poder criador, na liberdade de nos tornar aquilo que queremos ser, a partir das capacidades e limitações que nos foram dadas com a vida.

Temos a missão de tomar conta da terra, em solidariedade no bem e no mal, herdeiros das coisas boas e do peso dos pecados do passado, dos nossos e dos outros.

O pecado é fazer mal a alguém, e acaba fazendo mal ao pecador também. Não cabe atribuir a culpa a Deus. Certo dia, um bêbado procurou conversa comigo, com queixas da vida. Falei que ele tinha uma inimiga que atrapalhava sua vida. Quando ele insistiu em querer saber quem era essa inimiga, expliquei que era a cachaça. Ele se saiu com essa: O que é que eu posso fazer? Foi Deus que me fez assim.

Na realidade, Deus ofereceu a todos a inteligência capaz de ver nos outros os males causados pela bebida e por drogas piores, na vida pessoal e familiar, sem precisar experimentar para ver os estragos do vício.

Por que será que jovens, tão críticos diante de pais e educadores, são tão ingênuos para cair nas falsas promessas de traficantes que só querem seu dinheiro?

Quanto à proibição de matar, todos reconhecem a importância dessa lei, apoiada nas leis civis com sanções para castigar transgressores e tentar impedir que outros cometam tais crimes. Infelizmente, muitos países já não oferecem nenhuma proteção aos mais fracos, à vida que vem surgindo no ventre materno e deveria ser acolhida com amor pelos pais.

Jesus deixa claro que o quinto mandamento não apenas condena o pecado do assassinato, mas proíbe fazer mal a alguém. O ideal é passar pela vida fazendo o bem. O primeiro passo nessa direção é caprichar para não atrapalhar a vida de ninguém.

Mas o amor vai mais longe, se dedica a fazer o bem. Procure imaginar como seria nosso mundo, se todos tentassem cumprir na vida os mandamentos de Deus, sem necessidade de policiais e prisões, sem traficantes perversos a estragar o futuro de tantos jovens incautos que nada aprendem com a experiência dolorosa de outros.

Com a presença do Evangelho, a felicidade não está mais na quantidade de bens e prazeres que se pode conseguir. Mesmo numa perspectiva materialista, a felicidade não está em ter mais, mas em cobiçar menos. Contentar-se com o que temos, em vez de ter inveja de quem tem mais. Neste século, na iminência do esgotamento dos recursos naturais, todos precisam aprender a contentar-se com menos, a não buscar todas as comodidades que seu dinheiro permite comprar.

Está na hora de um novo discurso de pregadores: Convertei-vos e fazei a penitência de renunciar ao consumismo egoísta de um padrão de vida inviável em escala global, neste tempo de mudanças climáticas causadas pelo progresso material de bilhões de pessoas!

O Batista dizia: Contentai-vos com o vosso salário. Agora diria, aos ricos e a todos: Contentai-vos com um estilo de vida mais modesto, em vez de correr atrás de todas as comodidades acessíveis ao vosso dinheiro!

Na realidade, diante da mediocridade mediana do comportamento do conjunto dos cristãos, ainda existem críticos que se negam a reconhecer a grande importância da contribuição do cristianismo para o desenvolvimento da civilização mundial. Na Igreja, os santos deveriam ser maioria, em todos os tempos e lugares. Ainda tem vaga no céu para você.

Jequié, Fevereiro de 2011 (reformulado dia 3 de abril)

Seja bom para 2011

(Fiz esta nova edição)

Um jornal de fim de ano traz duas páginas inteiras de previsões para 2011. Tudo na base de adivinhações que pretendem ver o futuro nas estrelas, nos búzios, nas cartas, nas mãos. De tantas previsões que fazem, não é possível não acertarem algumas. Depois é só fazer propaganda dos acertos e esquecer os erros.

A maioria de tais previsões são tão vagas que não precisam dos horóscopos dos astrólogos, nem das cartas dos tarólogos, nem dos números dos numerólogos. Muitos dão bons conselhos que podem servir para todos. Mas o prestígio de tais “profetas” me parece um sinal de falta de fé. Onde a fé esmorece é a superstição que cresce. Querer saber o que o ano novo vai trazer é curiosidade inútil. Não é hora de tentar adivinhar o futuro. É hora de construir o futuro.

A pergunta que interessa e esta: O que é que eu quero fazer com este ano novo que me é dado para viver? Cristãos com fé fazem dessa pergunta oração:

Oração para começar uma nova etapa na vida

Obrigado, Senhor, pelo dom da vida, para mais um ano! É tão bom poder existir. Que quereis que eu faça agora? Tal pergunta que pode ser feita também para cada novo dia, ou para a semana, no domingo, dia do Senhor. Jequié, 1 1 11

Faz 50 anos que a Igreja celebra o primeiro dia do ano como dia dedicado à paz.

Na sua mensagem para 2011, o Papa vê na liberdade religiosa o caminho para a paz. No mundo ainda existem situações de intolerância religiosa e atos de violência contra pessoas e grupos por causa da religião. Atualmente, os cristãos são o grupo religioso mais perseguido por causa da fé, diz o Papa.

As religiões nem sempre foram de paz. O islamismo se expandiu conquistando regiões de comunidades cristãs na Palestina, no Norte da África, na Península Ibérica. Os cristãos reagiram com as cruzadas para reconquistar a Terra Santa e resistir às invasões no Leste Europeu. Expulsaram os maometanos da Espanha e de Portugal. Mais tarde, europeus cristãos conquistaram as Américas.

Pior: Depois da divisão maior entre cristãos a partir dos protestos de Lutero, surgiram até mesmo guerras entre cristãos divididos em igrejas separadas. E agora?

Agora não adianta jogar pedras no passado. Religiões e Estados aprenderam a respeitar a liberdade de consciência das pessoas e a liberdade de organização dos grupos religiosos, dentro das leis de cada país. As instituições civis podem tirar proveito da experiência das instituições religiosas. As leis das nações têm seu fundamento mais sólido e sua motivação maior na lei natural formulada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o direito fundamental de todo ser humano à proteção da sua vida.

Recomendo o estudo dos escritos do Papa Bento XVI que muitos criticam sem conhecer. Reconheço que alguns são de leitura difícil. A mensagem para 2011, por exemplo, supõe um grande interesse no assunto e um mínimo de filosofia e teologia. Mas oferece informações valiosas a todos que procuram saber e não têm medo da verdade.

O Papa faz novas advertências sobre o desastre do aquecimento global que ameaça o futuro do globo terrestre. Tais problemas já foram tema da sua mensagem para 2010 e são atacados na Campanha da Fraternidade atual no Brasil.

As mudanças climáticas exigem mudanças de atitudes e ações urgentes, numa solidariedade maior entre pessoas e grupos, entre nações e gerações. Se não cuidarmos logo da construção de um mundo mais fraterno, teremos nova guerra pelos recursos da terra.

Precisamos aprender a cuidar melhor da casa comum, antes que seja tarde demais. Todos são responsáveis pelo futuro, não apenas os governantes. Todos precisam participar para enfrentar os problemas que atingem a todos.